Burro

Certo dia ele acordou,
era tudo do mesmo jeito, nada mudou
exceto que por um momento ele se deu conta e pensou,
que nada em sua vida estava como ele planejou,
nenhum de seus sonhos ele realizou,
das mulheres que conquistou,
nenhuma a seu lado restou,
a partir daí, a tristeza, dele se apoderou,
um pensamento estranho em sua mente passou,
que em todas as coisas em sua vida ele falhou,
morrer parece ser a única solução, ele pensou,
e para não falhar até nisso, um plano ele arquitetou,
até à ponte ele dirigiu e se preparou,
à beira ele chegou,
uma corda no pescoço ele amarrou,
um copo de veneno ele pegou
e uma arma ele carregou.
Então os olhos ele fechou,
o copo de veneno ele tomou,
o gatilho ele puxou,
e da ponte com a corda ele pulou,
porém, o tiro ele errou,
a bala atingiu a corda que arrebentou,
com o susto, se confundiu e dentro da ponte ele pulou,
caiu de peito no asfalto e o veneno vomitou.
Por um minuto ele desmaiou,
e quando acordou
refletiu sobre o ocorrido e então pensou,
"Nossa! Que tremendo burro eu sou!"

Pesadelo

Sonhava tranquilamente este cara que vos fala,
na balada pagava de gatinho em seu opala,
em certo momento repetidamente em seu corpo uma mulher resvala,
pensei que ela estava virada na bala,
mas era apenas por causa de uma música que dizia rala-rala,
retribuo o favor com um tapa em sua bunda que até estala,
chego mais perto e digo que suas roupas combinam com o chão da minha sala,
logo percebo que uma multidão de senhoras se cala,
olho bem e vejo que apenas um de seus olhos se arregala, 
perguntei se eu estava tendo algum tipo de pala,
então ela diz que perdeu um olho na Guatemala,
também disse que gostou da cantada e que facilmente comigo se acasala,
apenas precisava do remédio que ela inala,
ou então ela cairia dura e iria para a vala,
topei na hora como alguém que nunca se abala, 
então percebo que na porta da balada ela entala,
bruscamente acordo ofegante e sem fala,
porém aliviado por não haver ninguém em minha sala,
era apenas um pesadelo sobre alguém que se acasala,
com uma velha gorda, caolha e de bengala.

Marlombrando

O dia estava acabando,
acabando e a noite começando,
do trabalho estava eu chegando
e logo ouço o telefone tocando,
penso "Droga! Bem na hora em que estava jantando!"
Era alguém por mim perguntando,
Eu disse que não podia atender pois estava jantando,
mesmo assim ele continuou falando,
sobre um tal cartão que eu deveria estar comprando,
e que com essa compra eu só estaria ganhando.
Eu disse que ele estava me irritando,
mesmo assim continuou falando.
Aquilo estava me estressando,
e ele ainda falando, falando e falando.
Fingi que a ligação estava falhando,
de nada estava adiantando.
Tive uma ideia enquanto estava pensando.
Disse que naquele momento não poderia estar falando
e que o telefone de sua casa ele poderia estar me passando
para que eu pudesse estar ligando
e o cartão estar comprando.
Ele disse que seu telefone ele não poderia estar passando,
e nem que eu poderia estar lhe ligando.
Logo seu nome eu estava perguntando,
e ele respondeu "Marlon Brando".
Perguntei "Você não quer que eu esteja te ligando
para sobre um cartão eu estar falando?"
Ele respondeu "Não quero ninguém me ligando."
Então respondi "Nem eu Marlon Brando!"
E em sua cara o telefone estava eu desligando.

Me perdoa Leitoso!

Leitoso
por favor, não fique rancoroso,
meu eu etílico naquela noite estava muito fogoso,
prometo que quando beber te tratarei como um leproso,
ficarei longe e você não se sentirá desgostoso,
não chegarei perto nem do seu esposo.
Reconheço que fui um feioso
e isso não se repetirá nem quando eu ficar idoso.

Então eu peço por favor Leitoso,
não fique de mal do seu amigo espiraloso.

Dor.

Sinto uma dor no peito arretada
como se alguma coisa aqui dentro fosse esmagada
quero voltar à época em que não sentia nada.
Tento parar de pensar na minha amada
desejando que ela seja atropelada.
Puta dor apaixonada.
Podia ser só uma costela quebrada.
Séra que tudo isso é por causa daquela desgraçada
que não vale nada?

Ah! Lembrei. É que de manhã eu havia comido carne assada,
dois quilos de rabada,
uma panela de feijoada
e uma bacia de rabanada.
E o burro aqui pensando ser uma paixão amargurada.

Deixa de ser trouxa Amadeu!

Amadeu se apaixonou pela filha de um pigmeu
Seu amor ela nunca correspondeu
Só eu sei o quanto ele sofreu
Chorou, chorou, chorou que até gemeu
E além de tudo um gelo nele ela deu.

Certo dia em minha casa aos prantos ele apareceu
Dizendo que um fora nele ela deu
Fui em sua direção dizer algo que ele sempre mereceu
Cheguei perto e disse: "Se fodeu, Amadeu!"

Se não deu certo é porque não é o final

Certo dia estava me sentindo muito mal
pois minha namorada disse que chegamos a um final
já que eu não fazia nada que ela queria afinal
disse também que eu tinha cara de boçal.

Pedi pra ela voltar, me dar uma segunda chance e tal
ela respondeu "Nem morta eu volto pra você, seu débil mental!"
Tais palavras acabaram com meu astral
quis morrer rolando em dez quilos de sal.

Liguei pra ela dizendo que estava em um lual,
estava chorando e ainda me sentindo muito mal,
tentando morrer sob dez quilos de sal
e que se nosso namoro não deu certo, é porque esse não é o final.

Ela riu de mim de uma maneira irracional
disse claramente que esse era sim o final,
e também disse "Você não é rã pra morrer coberto de sal,
seu animal!"